Eu vim aqui pra cidade,
Deixando um sonho plantado
No interior;
De roça, foice e machado,
De rosto quente e tostado,
Do jeito trabalhador;
De solo seco e rachado,
Mas quando chove é plantado
O sonho do lavrador.
Quem sai do campo não esquece
E no plano permanece
De um dia voltar.
De saudade entontece
Tudo lembra o nordeste
Em sonho pega a chorar.
Quando se acorda promete,
Se tudo um dia der certo
Retornar para ficar.
Eu juro que se eu pudesse
Levava a todo o agreste
Água, sangue da terra.
Em cada canto um pomar
Fartura, pão pra sobrar.
Quem é que ia migrar?
Mas quem quiser virar mito
Encane o São Francisco
Que o povo vai festejar.
Mas quem quiser virar mito
Encane o velho Chico
Que o povo vai registrar.
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